segunda-feira, 27 de abril de 2009

"SINDROME DO PÂNICO E HIPNOSE"


"Síndrome do Pânico e Hipnose"

O medo permeia nossa existência desde o nascimento até a morte, e um dos principais e mais real, é o próprio medo da morte. Ao mesmo tempo em que o medo nos protege dos perigos, ele nos paralisa frente a oportunidades, frente ao que poderia tornar-se um prazer. Por vezes, o medo nos impossibilita de saborear a vida como gostaríamos, de alcançar sonhos ou concretizar objetivos. Como disse, o medo permeia nossa existência, não porque vivemos em savanas pré-históricas, em meio a animais selvagens e carnívoros, aborígines canibais ou assolados pelas inúmeras pragas e doenças da Antigüidade. Tal realidade era exposta, e as pessoas conviviam com ela, aceitavam-na de forma natural. O medo nos permeia atualmente, porque vivemos no mundo moderno, numa talvez falsa civilização, que não leva em consideração o Ser Humano e tenta ocultar as realidades que envolvem a dor, distanciando-nos da morte, por exemplo. A distância, tanto do assunto como da própria vivência, acaba por tornar a morte algo bastante temido.
Somando-se a isso, vivemos em uma sociedade que oprime e ameaça o indivíduo, modelos administrativos e modelos religiosos rígidos, castradores e que nos incute a culpa em escolhas e comportamentos que dizem respeito à liberdade do ser humano. O mundo moderno acaba por justificar o medo, o stress, a ansiedade e a síndrome do pânico. O pânico está sutilmente estampado nas páginas de jornais: “índice de desemprego sobe a cada dia”, “a violência cresce nas grandes cidades”, ou de forma escancarada e direta nos diferentes noticiários: “a guerra do terror faz mais vítimas”, “novas bombas explodem”, “o terror ameaça o mundo”. Ou seja, o pânico é semeado pelas mídias e disseminado pelas massas o tempo todo. O pânico está cada vez mais próximo, e sem a intenção de fazer parte da força que movimenta esta grande roda do pavor, o número de pessoas com esse mal tem se tornado mais e mais freqüente em consultórios de Psicologia e Psiquiatria.
Além dos sintomas característicos, a síndrome do pânico pode ser conseqüência de uma apreensão, medo, terror ou pavor, esses, ligados a perigos externos que nos paralisam ou nos preparam para a fuga ou enfrentamento. Além destes, há também a ansiedade generalizada e aguda, fobia e angústia, nestes, não necessariamente há um perigo externo e real, antes sim, são conflitos internos que por vezes não sabemos ou não entendemos suas origens.
A ansiedade é a sensação de que algo desagradável está para acontecer e o medo de um futuro incerto, trazendo um sofrimento antecipado, motivado por algo que ainda não aconteceu e que nem se quer sabemos o resultado. Entretanto, o sofrimento é atual e se inicia quando o indivíduo entra em contato com a informação, que pode ser a marcação de uma cirurgia, um encontro importante, uma entrevista de emprego ou aguardar uma resposta. A ansiedade também pode ser motivada por algo agradável, o encontro com a namorada, uma entrevista de emprego, enfim, a ansiedade faz parte de nosso cotidiano e até certo grau é normal, torna-se preocupante na medida em que começa a trazer sofrimento por longos períodos.
A angústia é o medo sem um objeto real, é um vazio, um “aperto” que não conseguimos identificar suas raízes. A angústia expressada por Sêneca, ou seja, aparece quando o ser humano pensa sobre a brevidade da vida, sobre a morte chegar antes de se ter vivido o suficiente, ou suficientemente uma vida bem vivida, que por vezes encontramos em pacientes com síndrome do pânico, ao relatarem a sensação de não estar vivendo de forma plena, não aproveitar a vida como deveriam, demonstrando estarem cansados da vida que levam ou mesmo perdendo os preciosos dias de sua existência.
A fobia é um medo exagerado e desproporcional à situações vividas no meio externo, e que a rigor não deveria trazer tais pensamentos e/ou comportamentos de medo, haja visto, serem situações onde a maioria das pessoas, ou os ditos “normais”, não teriam esse tipo de reação.
As raízes da Síndrome do Pânico
Uma síndrome é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas. A etimologia da palavra pânico vem da Grécia, Pã era um deus grego, sua aparição gerava instantaneamente grande medo nos que o viam. Portanto, pânico é um medo violento e repentino, gerador de grande ansiedade. O DSM-4, enumera os sinais e sintomas que comumente são percebidos em pacientes com Síndrome do Pânico, os quais devem se apresentar simultaneamente em número de pelo menos quatro: palpitação; sudorese; tremores ou abalos; sensação de falta de ar ou sufocamento; sensação de asfixia; dor ou desconforto torácico; náuseas ou desconforto abdominal; tontura ou vertigem; desrealização (sensações de irrealidade); despersonalização (estar distanciado de si mesmo); medo de perder o controle ou “enlouquecer”; medo de morrer; parestesias ou formigamento; e calafrios ou ondas de calor.
As raízes da Hipnose
A palavra Hipnose vem do grego hypnos, termo designado ao deus do sono, porém este foi um conceito utilizado no passado, quando se pensava que a hipnose assimilava-se ao sono, hoje sabemos que este conceito não é verdadeiro, e a hipnose não tem nenhuma relação com o sono ou dormir, hoje temos que a hipnose é um conjunto de fenômenos naturais e específicos da mente, que produzem diferentes impactos, tanto físicos como psíquicos. Esses fenômenos poderão ser induzidos ou auto-induzidos através de estímulos provenientes dos cinco sentidos, sejam eles conscientes ou não.
Individualizando o paciente
A hipnose tem se mostrado bastante eficiente no tratamento de pacientes com síndrome do pânico, com isso, cada vez mais as pessoas tem buscado na hipnoterapia a diminuição ou mesmo a cura de tal mal. Todo tratamento começa com a anamnése, ou seja, a colheita de informações a respeito daquele indivíduo em especial que é um ser único e, portanto, com uma realidade única. Quanto mais conheço meu paciente maior serão as chances de ajuda-lo. Cada indivíduo desenvolverá a síndrome do pânico por motivos diferentes, e essas razões precisam ser identificadas, sejam elas explicitas ou implícitas. É de suma importância conhecer a história do paciente, para assim poder vê-lo de forma mais transparente, conhecer as causas e os mantenedores da síndrome no presente e as possíveis projeções futuras que da mesma forma, além de manter a doença criam a possibilidade de se perpetuar por ainda mais tempo. Acredito ser importante compartilhar com meu paciente as percepções sobre sua própria realidade individual, que por vezes passa desapercebida, mesmo porque com a democratização da informação, muitas vezes o paciente chega ao consultório com um diagnóstico já estabelecido ou mesmo padronizado, este conseguido por meio de livros ou internet, e além do diagnóstico acabam por trazer as razões que acreditam ser as causadoras da síndrome, às vezes essas percepções estão corretas, mas é necessário ir mais longe. Essas diferentes realidades e visões podem ser percebidas ou não pelo paciente, o trabalho terapêutico é desvendar a mente do paciente, além do que simplesmente é conhecido, falado ou expressado, buscando o insight, a mudança, a transformação.
O paciente e o pânico
Para ilustrar, exponho agora um caso clínico de paciente com nome fictício, que busca a hipnoterapia como forma de tratamento, envolvendo anamnése, diagnóstico, aprendizagens necessárias, estratégia e intervenção:
Anamnése: A anamnése é a história de vida e a história do problema do paciente. Pedro de 32 anos sai de casa e dirige-se para o trabalho, guia o carro enquanto no rádio ouve um jogo de futebol. Antes de sair de casa havia discutido com a esposa como freqüentemente acontecia. Aparentemente Pedro estava bem, porém nervoso com o jogo, pois seu time estava perdendo, quando de repente sai um gol. Pedro explode numa descarga de alegria, esta depois de alguns segundos provocou certo mal estar. O corpo começou a formigar, seu coração começou a bater mais forte, e sentiu seu peito apertado, começou a soar frio e sentir falta de ar, pensou que estava tendo um enfarto e teve medo de morrer, ficou totalmente desesperado. Pedro desceu do carro e pediu ajuda. Depois de repousar por cerca de 30 minutos; sentiu-se melhor e dirigiu-se para o trabalho. A partir deste dia, os sintomas de pânico e as sensações de mal estar tem sido freqüentes em diferentes momentos, chega a ter receio até mesmo de comemorar qualquer evento com medo de que as sensações voltem. Este é um exemplo de como um ataque de pânico pode acontecer, mostrando um conjunto de sinais e sintomas que caracterizou-se em síndrome do pânico. Acontece normalmente desta forma, sem um grande motivo aparente, “do nada” como relatam os pacientes, em situações banais e corriqueiras do cotidiano, o que acaba por restringir o convívio social e profissional do indivíduo com este mal.
Pedro está casado há 12 anos, tem um filho de 10 anos de idade. Relata que seu casamento vai mal desde o quarto ano de casado, ou seja, há 8 anos não vive uma relação conjugal saudável. Diz ter perdido o apetite sexual, sente-se ansioso, estressado, deprimido e carente afetivamente. Relata não ver mais sentido na vida que leva. O pai sempre foi bastante distante, e via no avô que morreu há 18 meses o pai que não teve, sendo este quem o ensinou a crescer e ser homem. Diz ter sofrido muito com a morte do avô e sente muita falta. Pedro relata que se mantém na relação com a esposa por pena e pelo filho, acha que as conseqüências seriam drásticas para eles caso houvesse uma separação e tivesse que crescer sem um pai por perto e a esposa, por ter problemas de saúde. Há algum tempo o casal comentou com o filho a hipótese da separação, ao que este respondeu negativamente mantendo por certo período um comportamento agressivo, por isso não retomou o assunto. Todavia, não consegue passar muito tempo com o filho, praticamente vendo-o no final de semana, pois trabalha e faz uma nova faculdade à noite, e diz que os momentos que consegue ficar com ele, são improdutivos e sente que não está dando seu melhor, pois está sempre cansado e desanimado. Em relação a esposa, diz não sentir atração alguma a repelindo quando esta tenta uma aproximação, não vê sentido na relação, dizendo que a separação é certa e que aguarda apenas um melhor entendimento do filho (enquanto isso acaba por anular a si mesmo) e continua mantendo uma relação desprazerosa. Para Pedro a esposa já “morreu”, a relação morreu, seu sonho de família morreu, por este fato fica muito decepcionado, pois se diz “muito família” tendo apostado sua vida nesta relação que viu desmoronar.
Diagnóstico: O diagnóstico nada mais é que a identificação das possíveis causas que levaram o paciente a desenvolver a síndrome, e isso é feito a partir de uma observação da realidade individual e única do paciente, isto é, a história de vida do paciente colhida por ocasião da anamnése falada ou emitida por meio de comportamentos durante a sessão. Além dos sintomas já descritos, é muito comum em pacientes com síndrome do pânico, de alguma forma a morte estar envolvida, seja ela real ou simbólica. No caso citado aconteceram ambas, tanto a real que foi a morte do avô, como a simbólica que foi a relação conjugal, envolvendo o sonho de ter uma família. Além desses eventos estressores específicos e pontuais, existem todas as circunstâncias de sua vida. As brigas, uma relação afetiva apenas de aparências, tendo que manter-se numa posição que não gostaria de estar, tendo que abnegar de sua vida pelo filho, e a própria faculdade que diz fazer para fugir do convívio com a esposa. Esses são aspectos importantes que deverão ser observados para que a terapia aconteça.
Aprendizagens Necessárias: O paciente chega com uma história de vida, com formas de pensar já estabelecidas e com aprendizagens adquiridas no decorrer da sua vida. Muitas vezes acaba por criar enumeras armadilhas para si mesmo, que envolvem medos e culpas, com isso não consegue se desvencilhar. Os pensamentos e aprendizagens acabam por envolver sentimentos de dor e tristeza. A síndrome do pânico vem como um pedido de socorro da mente e do corpo, para que providências sejam tomadas em relação à vida que o indivíduo esta levando. Faz-se necessário novas formas de pensar, novas aprendizagens que trarão novas experiências de vida, que possibilitem formas de pensar mais lúcidas frente a tudo o que permeia a sua vida e que está lhe provocando sofrimento. O hipnoterapeuta deve ter claro quais sãos os pensamentos e aprendizagens necessárias à mudança do paciente, ou seja, a superação do problema.
No caso do paciente em questão, talvez fosse necessário este pensar sobre a vida que está dando a si mesmo, ao filho e a esposa. O paciente não toma decisões para não trazer sofrimento ao filho, com isso se martiriza e neste caso mais cedo ou mais tarde o sofrimento é inevitável, em qualquer separação que envolva amor, a dor é inevitável. E que conseqüências sua relação sem amor com a esposa poderá trazer ao filho ou mesmo está trazendo? Pensar sobre sua postura frente à relação, onde não consegue ser pai, ser marido ou mesmo homem, como senhor de si mesmo. Essas circunstâncias geram stress, ansiedade, medo, angústia, enfim, sentimentos que levam a uma pressão interna, onde o corpo e a mente não suportam, com isso, os sinais e sintomas da síndrome do pânico vem de forma arrebatadora. Há que refletir, há que buscar saídas, escolhas mais saudáveis, decisões que podem ser a priori dolorosas, porém que a fortiori possam trazer a sensação de liberdade e vida saudável para o paciente.
Estratégias: A estratégia é o plano a ser elaborado com início, meio e fim, tendo como objetivo, alcançar uma meta; no caso, a solução do problema ou cura da doença. Depois de identificar quais pensamentos e aprendizagens serão necessários ao paciente, o hipnoterapeuta deverá montar uma estratégia a partir da realidade individual do paciente para que o conteúdo seja passado e assimilado pelo mesmo, e assim chegar a novas conclusões para sua vida.
Intervenção: Depois de traçar a estratégia, o hipnoterapeuta realiza a intervenção, que pode ser feita de diferentes formas. As estratégias poderão envolver comentários, pontuações, frases, exemplos, histórias ou metáforas entre outros, estes podem ser feitos com o paciente em relaxamento, transe e hipnose ou fora deles. Mesmo certas perguntas poderão provocar no paciente novas articulações, conseqüentemente novas percepções e possibilidades. Portanto, as perguntas também são estratégicas e podem servir tanto para diagnosticar como para intervir. A comunicação do conteúdo da estratégia pode ser feita de forma direta procurando mostrar ao paciente o que ele ainda não consegue perceber sobre a vida que leva, as circunstâncias, as possíveis causas, os mantenedores e a forma de pensar que o leva para o sofrimento. De forma indireta sem que o paciente perceba, neste caso utiliza-se para pacientes que desenvolvem mecanismos de defesa ou possui resistência à mudança, e que sem esta a psicoterapia não acontece. Pode ser feita através de uma história que elicie no paciente os pensamentos, sentimentos e ações necessárias à mudança. Também de forma implícita que pode ser percebida ou não, esta poderá ser um gesto, a entonação de voz em palavras específicas ou assuntos específicos. A intervenção poderá envolver o transe, relaxamento e fenômenos hipnóticos, que podem ser a hipermnésia, regressão de idade, sugestão pós-hipnótica, pseudo-orientação no futuro, progressão de idade, entre outros.
Possível Intervenção: O paciente comenta não haver mais perspectivas futuras, não consegue imaginar como será sua vida. Diz ter passado por muitas frustrações e que sente um sabor de morte. Ao mesmo tempo, diz que quando criança tinha muito prazer em jogar futebol, e na juventude gostava de pescar e praticar esportes radicais. Milton Erickson (pai da hipnose moderna) comentava que fica muito mais fácil provocar mudanças em nosso paciente quando conseguimos eliciar o que ele tem de bom. Não importa o pântano que o paciente trouxer que tenha sido a sua vida, o que nos importa é encontrar uma flor, uma árvore que frutificou ou frutifica, e que talvez não esteja sendo percebida pelo paciente. Cabe a nós psicoterapêutas identificarmos e fazermos com que nosso paciente também perceba. Partindo deste principio, poderia se fazer uma regressão de idade, que é pensar no passado enquanto presente, ou hipermnésia que é pensar no passado enquanto passado. O objetivo é levar o paciente a vivenciar ou lembrar-se desses fatos que lhe trouxeram prazer para que possa novamente sentir um sabor de vida, de bem estar, isso poderá provocar no paciente novas articulações mentais e conseqüentemente novas aprendizagens em relação a sua vida, acabando por muni-lo de ferramentas e conteúdos, fortalecendo-o e percebendo do quanto é capaz e que pode lidar de forma diferente com seu presente. Muitos conteúdos são propostos pelo hipnoterapeuta, assim como conclusões que o paciente pode chegar por ele mesmo, o que é bastante eficaz e saudável. Quando o mérito fica com o paciente, este valoriza mais essas novas articulações do pensamento permitindo-se mudar com mais facilidade e trazendo a solução. Depois dessa experiência, com o paciente ainda em transe, traz-se o mesmo de volta para o presente, fazendo-o perceber o agora, já com essas novas informações, isso poderá possibilitar uma rearticulação da realidade. Pode-se ainda continuar a indução e levar o paciente para o futuro por meio do fenômeno hipnótico da progressão de idade, que é pensar no futuro enquanto presente, ou pseudo-orientação no futuro, que é pensar no futuro enquanto futuro. O alcance destes fenômenos ou dos anteriores, um ou outro, dependem da intensidade de focalização do pensamento que o paciente conseguir, nas situações de passado ou futuro. Estando no “futuro”, mostrar as diferentes possibilidades que o paciente tem para desfrutar a vida, assim como permitir que por ele mesmo, possa vislumbrar e criar o futuro que deseja, como vai querer que seja sua vida quando se passarem 6 meses, 1 ou 2 anos, e o que terá que fazer para chegar a tal ponto. Desta forma, abre-se um espaço na mente para algo bom, positivo, algo que incite vida, sentido, prazer. Novamente traz-se o paciente ainda em transe de volta para o presente, permitindo que possa vê-lo com ainda mais recursos a realidade, e por ele mesmo buscar a mudança, a transformação.
Luto x Pânico
Sofremos porque nos apegamos, sofremos porque não conseguimos renunciar aquilo que não mais nos pertence, mesmo que não mais queiramos, algo nos prende e relutamos em abandonar, e é por isso que sofremos ainda mais no luto e por deveras torna-se mais trabalhoso sua elaboração. Tanto que evitamos, tanto que preferimos sacrificar nosso presente em prol de um futuro incerto: pode ser pior, mas também pode ser melhor, quem saberá. Tanto que por vezes preferimos a dor continuada ao prazer mesmo que efêmero e com possibilidade de tornar-se constante. Constantemente estamos em luto, pois não é apenas na morte de um ente querido que ficamos de luto, mas também uma separação conjugal, a perda de um namorado ou namorada, a perda de um animal de estimação, de um emprego, há luto quando somos rejeitados, menosprezados, quando nos frustramos de forma geral, quando fracassamos, enfim, o luto faz parte constante de nosso viver, não que o prazer esteja sempre ausente. A elaboração, seria a busca de alternativas para viver sem esse algo ou viver de outra forma, e a não elaboração acaba por trazer o gosto continuado dessa “morte”, trazendo à vida o gosto de morte. E talvez o pânico venha exatamente por essa ausência de sabor de vida, ausência de sentido, de prazer. Se o sabor de vida nos falta, por certo, há presença de pânico, da morte eminente e os sintomas que nos fazem pensar que realmente a morte nos ronda. A morte nos desnuda da fantasia e nos põe frente ao real, ou seja, que somos mortais, a elaboração do luto é a aceitação desse real, o entendimento de que apesar de tudo nós, continuamos vivos, e podemos voltar a saborear a vida em suas múltiplas possibilidades: usufruir, triunfar, amar.


Referências Bibliográficas
BAUER, S.M. F. Hipnoterapia ericksoniana passo a passo. Campinas, Livro Pleno, 2000.FERREIRA, M. V. C. Hipnose na prática clínica. São Paulo, Atheneu, 2003.GALVÃO, B. V. Reflexões sobre a formação do ser humano, hipnose e terapia – Hipnoterapia Educativa. São Paulo, Edição do Autor, 2003.MARINOFF, L. Mais Platão menos prozac. Rio de Janeiro, Editora Record, 2001.SILVA, M. A. D. Quem ama não adoece. São Paulo, Editora Best Seller, 2003.SPONVILLE, A. C. Bom dia, angústia! São Paulo, Martins Fontes, 1997.ZEIG, J. K. Seminários didáticos com Milton H. Erickson. Campinas, Editorial Psy, 1995.

Um comentário:

  1. Nao conhecia este site, fiquei maravilhada, por saber entender o porque sofro desse mal a 10 anos, estou fazendo tratamento em um posto de saude e nao vejo melhoras, tomo medicamentos tarja preta para poder superar, mas nao é facil, pois acabo me destruindo fisicamente, gostaria de saber mais a respeito pois cheguei ao ponto de nao mais sair de casa, tenho medo de tudo, ate em uma consulta tenho que ir acompanhada e mesmo assim tenho crises.

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Obrigada pela sua visita...seja sempre benvinda(o.
Tenho como intuito,ajudar pessoas que se enteressam por estes assuntos,e a divulgação do mesmo,que até nos dias de hoje é polêmico.
Quando vamos nos preocupamos com a estética ,cuidamos de nossa aparência física,e esquecemos de cuidar do nosso interior,de estar bem conosco...a beleza vem de dentro da admiração por nós mesmos,a alegria da alma que transborda felicidade e nos torna confiantes em nós,abrindo portas em nossos caminhos.
Acredite!!!!você pode.